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AVANÇOS X ATRASOS

Minha mãe diz que são sinais do fim do mundo. Eu não chego a tanto, mas não tenho a menor dúvida de que estamos vivendo uma era muito pior do que aquela que se findou nos anos 1990. Claro, falo do ponto de vista cultural, porque no aspecto material, principalmente no campo tecnológico, os avanços são inegáveis. Contudo, parece que o progresso numa área, significou retrocesso na outra.

Os sintomas estão por aí, a toda hora, em todos os lugares. Mas vou me ater aqui a apenas alguns, no campo do entretenimento.

Houve um tempo que jogadores de futebol do passado disputavam quem teria jogado melhor, se fulano, sicrano ou beltrano. Ou qual geração teria sido a mais qualificada, dentro de campo.

A discussão agora é quem, na sua época, bebia mais. Este edificante debate foi travado publicamente pelos ex-jogadores Luizão e Vampeta, ambos reservas da seleção brasileira na copa de 2002 (no Japão e na Coréia do Sul) mais Serginho, dito Chulapa, centroavante titular na copa de 1982, na Espanha. Cada um reivindicou para si o título de “rei da cana”.  Quem tem razão neste aspecto, não sei. Mas de uma coisa tenho certeza: como jogadores de futebol foram meramente razoáveis, se tanto.

Agora, o gênero musical denominado “sertanejo universitário” está com mais uma pérola na praça: tem uma música aí, “bombando” nas rádios, que diz em um dos versos: “mais cachaceiro do que eu, só papai, mais sem vergonha do que eu, só papai”. A música tem outros versos, muito mais “poéticos”, que me recuso a reproduzir aqui. Ah, deve estar bombando também nas baladas por aí.

Para piorar, o mundo inteligente acaba de ficar mais pobre com a morte de Chico Anísio e Millor Fernandes, dois que conseguiam fazer os outros pensar antes de rir. Millor mais refinado, Chico mais popular. Aliás, Chico Anísio provou que um humorista pode ser popular sem apelar pra baixaria, como fazem outros ditos comediantes atuais, aqueles da piada pronta, grosseira, tosca, beirando o insulto, a ofensa e o preconceito, geralmente “chutando cachorro morto”. Para comprovar esta tese tai o Rafinha Bastos, que já foi considerado o personagem mais influente no twitter (cruzes!).

Já mencionei aqui a “A estratégia da diversão”, primeiro item do texto "Armas silenciosas para guerras tranqüilas", do professor americano Noam Chomsky, no livro "Manufacturing Consent: The Political Economy of the Mass Media". Quem quiser reler o texto clique aqui.

O oitavo item das “Armas” para conquistar povos tranquilamente, de acordo com o professor Chomsky, é: encorajar o público a comprazer-se na mediocridade e a considerar "natural" o fato de ser vulgar e inculto.

O texto completo "Armas silenciosas para guerras tranqüilas" está em http://resistir.info/varios/manipulacao.html

(abril;2012)