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MAIS UMA VEZ A INDIGNAÇÃO SELETIVA

São ridículas e beiram ao cinismo as alegações do ministro Palocci para explicar os ganhos financeiros que propiciaram o extraordinário aumento do seu patrimônio. Disse ele que não fez nada diferente do que outros ex-ministros também fizeram. E tudo dentro da lei.

No entanto, há neste episódio algo que vem se repetindo no Brasil, que é perder a oportunidade de se discutir um assunto com a intenção, de fato, de “passar o país a limpo”.

Em pelo menos outras duas ocasiões ficou-se debatendo os sintomas, sem se falar sobre as causas. Uma foi no caso do dito “mensalão” em que se focou numa suposta e inédita distribuição regular por parte do executivo federal, de dinheiro para obtenção de apoio no congresso. O que até agora restou provado foi mais um caso de caixa dois. Gravíssimo, mas por aqui caixa dois é considerado normal. Contudo, para tratar a fundo deste aspecto, era necessário abrir o leque, o que atingiria quase todo mundo. É só recordar o que já disse o ex-banqueiro Eduardo Andrade Vieira, sobre a campanha “re-eleitoral” vitoriosa de Fernando Henrique Cardoso, da qual o ex-senador paranaense foi um dos coordenadores da arrecadação financeira. Ele revelou publicamente que havia operado com os tais “recursos não contabilizados”. Na ocasião os tucanos disseram que Andrade Vieira falou porque estava magoado com a perda do seu Bamerindus. E ficou por isso mesmo.

Outro caso foi o da alegada quebra do sigilo fiscal de ex-candidato José Serra na última campanha presidencial. Fez-se um carnaval a respeito, mais uma vez sem tratar do cerne da questão. Afinal, quem já não recebeu telefonemas, e-mails ou outras correspondências, sem saber como o remetente obteve o endereço? Em São Paulo comercializam-se abertamente informações sigilosas das pessoas, inclusive dados bancários. E porque não se cuida disso a sério?

E agora, de novo... Pode ser até legal um ex-ministro prestar consultoria utilizando-se de informações privilegiadas e da influência angariada, mas é altamente discutível sob o ponto de vista moral. E mais uma vez indago: porque não se discute isso a fundo?

Que a oposição fique só batendo no caso Palocci até se entende. Afinal eles querem é fustigar o governo e aproveitam qualquer fato que favoreça a estratégia.

Mas e a nossa gloriosa mídia, outrora chamada “grande”? Porque age assim?

Tudo bem, pau no Palocci... Mas não vamos esquecer o Maílson, o Malan, o Armínio Fraga e correlatos, que também se aproveitaram das brechas da lei. (junho/2011)