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A INAUGURAÇÃO DA PIZZARIA Há algumas semanas recebemos de uma leitora do jornal "Ótimo", um e-mail que transcrevemos na íntegra: "Sou leitora assídua dos seus comentários no jornal Ótimo e gosto da maneira sensata e clara como os assuntos são abordados.Gostaria de relatar um fato acontecido conosco.
No último final de semana
inaugurou em Canoinhas uma nova pizzaria, na verdade novas instalações de
uma pizzaria já existente. Como moradores da cidade, e empreendedores,
convidamos um grupo de amigos e lá fomos nós prestigiar o novo restaurante.
A pizza era boa, nada a reclamar da comida, o serviço, entretanto, deixa
muito a desejar. Os garçons levam horas para trazer uma cerveja até a mesa.
Os clientes de mesas um pouco mais distantes da cozinha ficavam horas
esperando sobrar um pedaço de pizza, afinal a tal pizzaria funciona em
sistema de rodízio. A casa estava cheia, tudo bem, o cliente entende que a
inauguração é sempre um problema, as pessoas não esperavam tanta gente (e
não era tanta gente assim) e quando vêem a mesas todas ocupadas caem em
desespero e não sabem direito o que fazer (falta treinamento de pessoal). No
entanto um fato me deixou indignada, em todas as mesas havia uma plaquinha com
o número da mesa e a propaganda de uma rede de escolas de idiomas. Senti-me
constrangida em ter que ficar a noite toda olhando para a logo-marca do meu
concorrente, não que sejamos inimigos, cada um tem o direito de escolher o
que é melhor para si, mas ali naquele instante, aquela propaganda estava
sendo-me imposta, eu que estava pagando para me divertir acabei me chateando
com aquilo. Viramos a tal plaquinha para a parede e tentamos aproveitar a
pizza pelo menos, já que meu humor estava visivelmente alterado. O que eu
pergunto é :
- Será que o proprietário da tal
rede de escolas freqüentará a pizzaria tal qual nós o fazemos? Será que
eles darão o retorno desejado pela empresa? Será que vale a pena
investir numa propaganda apostando no nome e reputação do outro? (às vezes
temos falsas idéias a respeito de coisas que não conhecemos e o universo do
ensino de línguas é muito complicado, pois a maioria das franquias
brasileiras são métodos feitos apenas para vender uma idéia falsa de que
para adquirir uma segunda língua basta repetir e decorar algumas sentenças,
quando nós lingüistas sabemos que o processo de aquisição de uma segunda língua
é muito mais complexo, mas isto não vem ao caso).
- Será que proprietários e
alunos de outras escolas não se sentirão desconfortáveis tal qual aconteceu
conosco?
- Qual o objetivo do proprietário
da pizzaria? Atingir somente o público daquela escola? Ou ganhar a confecção
das tais plaquinhas? Nos dois casos o sujeito está sendo pouco inteligente,
pois visando atingir o público de uma escola estará conseqüentemente
excluindo outros que não são simpáticos daquela, se o objetivo foi
economizar com a confecção das plaquinhas, está sendo menos inteligente
ainda, pois ganha a curto prazo, mas perde na clientela. Neste caso, o
administrador está mesmo com a visão de clientela de que o Prof. Marins
fala, clientela é "cliente lá", ele está esquecendo do cliente
AQUI .
No nosso caso ele já perdeu
clientes, pois eu e meu marido jamais voltaremos e somos clientes assíduos
dos restaurantes locais e geralmente saímos com nossos amigos para jantar
fora pelo menos uma ou duas vezes por semana.
Da mesma que aconteceu com o
restaurante em questão, também acontece com lojas que colocam cartazes com
propaganda de convênios ou simplesmente propaganda gratuita (?) no seu
interior, no meu caso, quando vejo que a tal loja está se declarando a favor
desta ou daquela escola, simplesmente me retiro e compro em outro lugar.
O empresário precisa aprender
a ganhar o cliente em si, a ganhar o cliente pela competência no atendimento,
pela qualidade de seus produtos e tem que aprender a ser competitivo. Associar
a sua marca à marca de outro é perigoso, pois pode-se ganhar uns tostões
aqui e deixar de ganhar muito mais a longo prazo. Tenho certeza de que outros
pensam da mesma forma que eu.
Gostaria de ver um
comentário seu a este respeito.
Obrigada.".
Veja resposta.
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